sábado, 30 de junho de 2012

Experiência e Juventude

Samuel marcou os dois gols do Flu nos Aflitos
O Fluminense mostra a cada dia que deve brigar pelo título do Brasileirão 2012 com muita força. Contra o Náutico, nos Aflitos, venceu uma partida duríssima, o que poucas equipes conseguirão fazer. Para isso, contou com a experiência e qualidade do goleiro Diego Cavalieri, e com a juventude e talento do jovem e promissor atacante, Samuel.


Depois de surgir no Palmeiras mostrando bom potencial, Cavalieri trocou o Brasil pela Inglaterra e foi se arriscar no Liverpool. Ao chegar lá, teve raríssimas oportunidades de defender a equipe, que contava com o espanhol Pep Reina como titular da posição. Depois de dois anos, foi para o Cesena, clube pequeno da Itália. O panorama não mudou e Diego voltou para o tricolor carioca. No começo, algumas falhas o colocaram no banco. Com o passar do tempo, retomou o posto de titular e parece determinado a não sair mais.

No jogo de hoje, fez defesas importantíssimas, segurou a pressão do Náutico e possibilitou a vitória do Fluminense. Se não fosse o goleiro, o Flu poderia ter saído de Pernanbuco com uma goleada na bagagem.

O segundo personagem fundamental para a vitória estava na outra extremidade do campo. Samuel. Surgido nas categorias de base do Internacional, veio para o Flu e precisou esperar muito para ter sua chance. Com um elenco estelar, teria que brigar com Fred, Rafael Moura, Rafael Sóbis e Araújo por uma vaga no time. Além deles, Marcos Junior, jogador da base tricolor, subiu há pouco para os profissionais. Na hierarquia do futebol, Samuca deveria aguardar. E aguardou.

Depois de marcar o primeiro gol com a camisa do clube na última rodada, Samuel anotou os dois tentos da vitória tricolor contra o Timbu. No lugar dos milionários Fred e Rafael Moura, o terceiro centroavante mostrou o seu valor e sua qualidade.

Agora, o tricolor continua no topo da tabela.

Com a ajuda de Cavalieri e de Samuca, o Flu venceu

E mostrou que, aliadas, juventude e experiência podem fazer uma boa combinação.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Carta aberta ao Romarinho

(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
É, Romarinho...

Outro dia você era apenas um moleque tentando seu lugar ao sol. Jogava no Bragantino, disputava o Paulistão e tentava chamar atenção dos grandes clubes.

Eis que o Corinthians, time popular, segunda maior torcida do Brasil, o "poderoso Timão", te contratou. Nova etapa para você, Romarinho.

Era hora de treinar, treinar, treinar e treinar. Quem sabe não pintava uma vaguinha no banco, uma entrada em campo faltando cinco minutos para acabar o jogo? Aí a sorte lhe sorriu e sua estrela brilhou.


O Corinthians dava passos largos na Libertadores. Enquanto isso, você dava passos curtos em busca da oportunidade. A tal da sorte fez com que o técnico escalasse somente os reservas contra o Palmeiras, pelo Brasileirão. Aquele jogo contra o maior rival, mas que ninguém queria saber, afinal, a Libertadores estava ali.

Ninguém queria saber. Mas você queria, moleque. E como queria! A estrela brilhou e você fez dois golaços para virar o jogo e garantir a vitória. Mudou o jogo. Mudou sua vida. Mudou sua sorte. Mudou tudo. Com o seu talento. Com a sua estrela. 

Foi relacionado para a final contra o Boca Juniors e, que incrível, entrou em campo.

E você tem noção do que fez, rapaz?

A sua estrela brilhou de novo! Tocou na bola uma vez, uma única vez, durante toda a competição, fez o gol que calou a tão temida Bombonera, comemorou como se fosse uma pelada em churrasco de fim de ano, e deixou o seu time, o Corinthians, com ótimas possibilidades de ganhar um título inédito.

Você tem nome de gênio no diminutivo e estrela no aumentativo, Romarinho.

Se você vai ser craque? Não sei, moleque. Pergunta difícil a essa hora é sacanagem.

Mas você fez história.

Com título ou sem título, você vai ser inesquecível. 

Isso eu posso te garantir

E a torcida do Corinthians também.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quero ser grande


O título desse texto é o nome de um filme de 1988, estrelado por Tom Hanks. Na história, um menino de doze anos pede a um boneco, em um parque de diversões, para virar adulto. No dia seguinte, o jovem garoto se torna um homem.

Quem pode ser o menininho do filme, guardadas às devidas proporções, é o Corinthians. Calma, não me apedrejem. O Corinthians é um clube imenso, gigante, popular, com história rica e muitos títulos. Mas...

Esse "mas" é aquele troféu que falta: a Libertadores.

Qualquer discussão em que se envolvam com santistas, são paulinos e palmeirenses, os torcedores do Timão precisam ouvir, "mas você não tem Libertadores". Agora, os corinthianos têm, pela primeira vez na história do clube, a oportunidade de destruir o argumento dos rivais.

Se conseguirem esse título inédito para o clube, os jogadores do atual elenco serão colocados em um patamar diferente, em uma galeria especial. A de heróis inesquecíveis.

Para ser grande, não basta querer e pedir a um bonequinho qualquer. A mágica dos filmes é diferente da mágica do futebol. E, ao Corinthians, não basta fazer mágica. É preciso jogar futebol.

É preciso também apoio incondicional de todos, principalmente dos fiéis torcedores. Tanto na Bombonera, quanto no Pacaembu, é preciso gritar, incentivar, mostrar aos jogadores que, juntos, todos podem ser grandes, grandes por completo.

O sonho é acordar como o menino do filme, com o desejo realizado. E as possibilidades para isso são boas.

Que o Corinthians jogue futebol e seja campeão.

O "bando de loucos" acredita.

Vai, Corinthians!

domingo, 17 de junho de 2012

Otários são vocês

E aí, otário, está gostando do futebol apresentado pelo Flamengo neste Brasileirão 2012?

(Foto: Alexandre Loureiro)
Provavelmente não, né? Mas o problema é seu. Ninguém mandou ser trouxa, pagar ingresso, sair de casa no domingão com os amigos, com a família, sozinho, se deslocar até um estádio com acesso complicado para ver o jogo contra a equipe C do Santos. Isso mesmo, os reservas dos reservas. Tudo isso só para torcer para o seu time de coração. Time esse que apresenta um futebol sofrível, burocrático, lento, sem a menor criatividade e padrão tático nulo. Esqueci alguma coisa?

A meia dúzia de otários, segundo Renato Abreu (um dos muitos volantes escalados por Joel Santana), não tem o direito de ir ao estádio e vaiar um time que não está agradando nem um pouco. Jogador de futebol é pago, e muito bem, para jogar. O torcedor paga ingresso e, desde que não haja violência ou intimidação, pode vaiar se achar que os jogadores estão fazendo uma péssima partida. É direito do torcedor, goste Renato ou não. 

Se essa meia dúzia representa a torcida do Flamengo? Não, realmente não representa. Mas esses torcedores representam a si mesmos e não precisam aplaudir e sorrir feito bobos alegres. Renato só esquece que os otários de hoje, foram os ótimos torcedores de ontem, que já o apoiaram e o idolatraram. Agora, que vive o outro lado da moeda, ofende quem pega no pé dele. Pode ser que tenha respondido de cabeça quente e venha pedir desculpas depois, mas para quem vive um ano repleto de polêmicas, ofender a torcida, mesmo que uma pequena parte, não me parece uma atitude muito esperta, uma atitude de malandro.

Malandragem é jogar bem, é mostrar à torcida que ela pode ter esperança em um bom resto de ano, é saber respeitar a opinião do torcedor e estar ao lado dele.

Mas quer saber? O malandro Renato tem razão.

Porque perder o domingo e ainda gastar dinheiro com esse time

Só sendo muito otário mesmo.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A burra malandragem e o mau perdedor

Enquanto Neymar está caido, Sheik recebe o vermelho
Santos x Corinthians era um jogo muito esperado. Clássico de proporções nacionais, entre times do mesmo estado, em uma competição internacional. Muitos ingredientes interessantes. De um lado estava Neymar, o melhor jogador brasileiro em atividade. Do outro, o Corinthians, o time mais arrumado, eficiente, com o melhor conjunto (conjunto, não elenco), a melhor defesa da Libertadores, em suma, um time perigoso.

Aparentando cansaço devido a imensa quantidade de jogos que tem feito, Neymar não conseguiu realizar suas jogadas individuais e decidir o jogo. Ganso, longe das condições físicas ideais, tampouco conseguiu furar a boa marcação armada por Tite. O Corinthians entrou disposto a marcar e contra-atacar. Conseguiu os dois e saiu com a vitória por 1 a 0.

O que mais me chamou atenção foram dois fatos, cada um envolvendo um dos times. Vamos a eles.

Emerson Sheik é ótimo jogador. Veloz, driblador, boa finalização. Meteu um golaço no jogo de ontem. Mas, como muitos jogadores brasileiros, faz escolhas erradas em nome da estúpida malandragem que os nossos boleiros insistem em utilizar em campo. No segundo tempo, driblou o zagueiro santista e saiu na cara do gol. Ao invés de concluir, preferiu reduzir a passada para tentar cavar um pênalti, o que não conseguiu. Por que não chutou? Por que preferiu transferir a responsabilidade? Por medo de perder o gol? Não, a atitude foi em nome da malandragem. Não satisfeito, Sheik ainda foi pouco inteligente e aplicou um carrinho em Neymar no campo de ataque do Corinthians. Resultado? Expulsão e suspensão da próxima partida.

O fato que envolve o Santos foi após a partida. Com a inesperada derrota (duvido que algum santista esperasse o revés com Neymar em campo), o sempre tranquilo e sereno presidente do clube, Laor Oliveira, que costuma ter uma postura diferente de outros dirigentes brasileiros, resolveu mostrar a sua faceta de cartola pacheco. Bradou aos quatro ventos que há um complô entre Corinthians e CBF, já que alguns jogadores do Timão poderiam ser convocados para a seleção, assim como Neymar é. O presidente santista só esqueceu que os possíveis convocados do rival (Ralf e Paulinho) não têm idade olímpica, prioridade de Mano Menezes no momento.

Em uma competição internacional, segue assim o futebol nacional.

Nas mãos de maus perdedores.

E nos pés burros malandros.

domingo, 10 de junho de 2012

Flamengo 3 em 1


Três Flamengos diferentes foram vistos durante os 90 minutos na vitória de 3 a 1 sobre o bom time do Coritiba.

O primeiro foi o melhor Flamengo que se viu em 2012, que só durou 12 minutos. Um Flamengo veloz, com troca de passes, movimentação constante e boa chegada dos volantes. Sem armador, mas com armação. Tudo isso ficou evidente nos lances de perigo e, principalmente, no segundo gol, quando Ibson era o jogador mais adiantado e deu o passe para a conclusão de Luiz Antônio. Este, no lugar de Kléberson, dava mais mobilidade ao meio de campo. Diego Maurício também fazia boa partida no ataque, invertendo posição com Vágner Love e correndo muito, o que confundia a marcação adversária.

Depois desses 12 minutos avassaladores, quando abriu 2 a 0, o que se viu foi um Flamengo comum. Atacava e sofria ataques. Ora, acertava, ora errava. Em um desses erros, o Coritiba diminuiu. O famoso problema do time rubro-negro apareceu mais uma vez, a bola cruzada na área. Wellinton demorou a subir e o bom zagueiro Emerson fez o gol que reequilibrou o jogo. O panorama foi o mesmo até o fim da primeira etapa.

No segundo tempo, entrou em ação o terceiro Flamengo. Aquele que a torcida se acostumou a assistir em 2012. Medroso, encolhido, sendo pressionado, sem criatividade, marcação frouxa, abusando dos chutões sem direção, repleto de problemas. A equipe só voltou a melhorar no fim, quando Joel mexeu bem e tirou Magal para a entrada de Muralha. O jovem deu novo gás ao meio campo, enquanto o veterano Renato Abreu foi fechar a lateral esquerda, já que não subia ao ataque.

No fim, em um bate-rebate após cobrança de falta de Bottinelli, o estreante Hernane fez o gol que selou a vitória.

Uma vitória para aliviar a crise.

E aumentar a dúvida.

Qual dos três é o verdadeiro Flamengo?

sábado, 9 de junho de 2012

Deixem os meninos jogarem


Precisa-se de calma para analisar o jogo de hoje entre Brasil e Argentina.

A seleção dos nossos vizinhos está pronta. Conta com jogadores cascudos, rodados, que estão em importantes clubes faz tempo e, além disso, tem Messi, o gênio.

O Brasil é totalmente o avesso. A geração que deveria estar no ápice agora, comandando o time, seria a de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano. Por motivos óbvios não se pode contar com eles. Lembrem-se que, hoje, a seleção principal é basicamente a mesma que estará nas Olimpíadas.

Olhando dessa forma, o Brasil está no caminho certo. O time é jovem, veloz, habilidoso e técnico. O que faltou na partida foi um bom posicionamento dos zagueiros, que levaram gols em lances idênticos. Bolas entre a defesa, do jeito que Messi gosta. Lembrando que Thiago Silva não jogou hoje e sua ausência foi sentida. Se pararmos para pensar, o 11 inicial do Brasil é um bom time. Na tática de Mano Menezes, o 4-3-3, eu escalaria da seguinte forma:

Jéfferson; Daniel Alves, Thiago Silva, Dedé e Marcelo; Lucas Leiva, Hernanes (Rômulo se precisar de mais marcação) e Oscar (Ganso). Lucas, Neymar e... o centroavante é um mistério. Pato vive se machucando, Damião não corresponde na seleção e Fred não quer ser o que poderia. É uma posição carente, mas dá para achar alguém.

Durante o jogo se falou muito em Neymar x Messi. O brasileiro perdeu duas chances parecidas com as do argentino, mas comparar os dois me parece um pouco fora de tom. Messi é cinco anos mais velho que Neymar, já foi o melhor do mundo três vezes, joga na Europa desde os 13 anos e é titular do Barcelona há cinco anos. Neymar ainda vai aprender muito com os erros, com as derrotas. Sem falar que nos dois lances do atacante brasileiro ocorreram penaltis. O primeiro discutível, o segundo, claríssimo. A grande diferença é que Messi sabe ser fatal sendo objetivo e simples. Alia velocidade, dribles curtos e precisos e finalizações certeiras. Neymar parece sempre querer dar um toque a mais, um efeito a mais. Como disse, aprenderá com o tempo. Mas comparar os dois, não dá, ainda não.

Nos quatro amistosos que fez, foram duas derrotas e duas vitórias. Resultados à parte, o saldo é positivo. O Brasil está encontrando na juventude de agora uma seleção que poderá render bons frutos durante os próximos dez, 12 anos.

Basta que não atropelem o processo, que não coloquem pressão.

Faço um pedido.

Deixem os meninos jogarem.


PS: Concordou com a seleção do blogueiro? Sim? Não? Escale a sua nos comentários.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O apagar de uma estrela


O céu é infinito e há espaço para muitas estrelas. Algumas aparecem, meteóricas, brilham, intensificam o brilho, permanecem por lá e, com a naturalidade que a vida impõe, se apagam com o tempo. Mas essas somem orgulhosas, com uma história bonita para contar.


Outras são semelhantes apenas no começo da história. Aparecem, meteóricas, brilham, intensificam o brilho e... ao invés de permanecerem por lá atraindo olhares de admiração, somem com a mesma velocidade e intensidade com que surgiram. Esse segundo tipo serve para contar a história de Ronaldinho Gaúcho, uma estrela cada vez mais decadente.

Surgiu no céu do Grêmio. Brilhou. Brigou. A estrela piscou, mas voltou a acender na França, pelo Paris Saint German. Brilhou de novo, muito. Campeão do Mundo em 2002, com relativo destaque na Seleção Brasileira de Felipão. Passado o mundial, brigou de novo. Chegou ao Barcelona. A estrela ganhou mais luz. Brilhou, brilhou. Duas vezes melhor jogador do planeta. Que estrela! "Será maior que a estrela Pelé", arriscavam alguns. 

Veio a Copa do Mundo de 2006. Todos olhavam para a estrela. Esperavam que ela brilhasse tanto, ao ponto de ter o céu só para ela. Não brilhou nem sucumbiu. Foi indiferente. Depois, algumas piscadelas no céu e brilho intenso na noite. Melhor, noitadas. Saiu. Foi para o céu da Itália, no Milan. Brilhou, piscou, brilhou, piscou. Apagou. Cadê a estrela?

Dessa vez não brigou. E voltou. Festa na favela, a estrela chegou! "Brilha no céu vermelho e preto, Ronaldinho", diziam os torcedores do Flamengo. Brilhou. Mas foi pouquinho, inversamente proporcional ao brilho de sua conta bancária. Dá para contar nos dedos quantas vezes a estrela foi vista no céu. "Ainda dá", acreditavam. Será? Não deu. Brilho pequeno, ação judicial grandiosa. Outra briga, estrela? Assim não há céu que te queira.

Mas quis.

Vai pro céu do Atlético Mineiro, estrela opaca.

E apaga de vez em preto e branco.

Assim fica tão sem graça quanto você.
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