sábado, 19 de maio de 2012

Os dois gigantes de Londres

Jogadores do Chelsea comemoram o inédito título
(Foto: AFP)
Bayern e Chelsea mereceram chegar à final da Champions League. Mas até os 35 minutos do segundo tempo não faziam um jogo que justificasse esse merecimento. Muito em parte por culpa do Chelsea, que poderia jogar de igual para igual mas se negava a fazer isso. Apostou no mesmo esquema adotado contra o Barcelona: retranca e contra-ataque. A primeira etapa era concluída com sucesso e a marcação funcionava. Enquanto isso, os contra-ataques não conseguiam ser encaixados. 

Superior em todo o primeiro tempo, o Bayern chutou muito. O problema era a pontaria descalibrada de todos os jogadores bávaros. No segundo tempo, o panorama seguiu o mesmo. Até surgir Thomas Müller e sua cabeçada de manual. Testada firme, para o chão. 1 a 0 Bayern. Faltando 10 minutos para acabar, era de se esperar que o Chelsea viesse com tudo para cima. Se não saiu naquela pressão desenfreada em busca do empate, saiu com precisão cirúrgica. No primeiro escanteio a seu favor durante todo o jogo, Drogba subiu e praticamente deu um chute com a cabeça. Outra testada firme e empate do Chelsea no fim do jogo.

Com o início da prorrogação, era de se esperar que o Chelsea se animasse e o Bayern arrefecesse o ataque. A torcida alemã era maioria esmagadora (já que a decisão foi realizada no estádio do clube alemão), mas sentiu o baque e não apoiava como deveria. Isso ficou evidente no penalti infantilmente cometido por Drogba. A torcida comemorou, mas se calou em seguida, mostrando toda a apreensão que pairava sobre a Allianz Arena. O silêncio sepulcral que se instalou parecia até um aviso. Robben bateu e Cech pegou.

Muito se falou nos dois goleiros no pré-jogo. Manuel Neuer (1,93m) e Peter Cech (1,97) são dois gigantes. Tanto em estatura, quanto em qualidade. Voltando aos gols que ambos sofreram, dá para dizer que eram bolas defensáveis. Mas não dá para dizer que foram falhas. Resumindo: com bola rolando, nenhum dos dois fez defesas absurdas, Cech pegou um penalti e ambos tomaram gols parecidos.

Eis que o jogo vai para os penaltis. As duas torcidas têm um bom motivo para torcer e comemorar: os tão citados goleiros. Ambos os times possuíam bons batedores, mas o cansaço, o respeito aos goleiros e o lado piscológico poderiam ser fatores decisivos para os dois lados. Na história recente, alento para os alemães, temor para os ingleses. Em 2001, o Bayern foi campeão nos penaltis. Em 2008, o Chelsea foi vice.

Nas cobranças, Neuer cresceu na frente de Mata. Peter Cech na de Olic e Schweinsteiger. Drogba, o herói dos 90 minutos, o gigante do Chelsea que fica no outro extremo do campo, fez a última cobrança e levou o Chelsea ao seu primeiro título de Champions League.

Os Blues nunca foram favoritos nessa Champions. Principalmente contra Barcelona e Bayern. Mas foram campeões.

Com a ajuda de dois monstros, entram no hall de grandes clubes europeus, com o título máximo do continente.

Para começar a ser um gigante europeu, o Chelsea contou com dois dentro de campo.

Os dois gigantes de Londres.

Drogba na frente, Peter Cech atrás.

Um comentário:

  1. Ótima análise!
    Nome do jogo: Peter Cech.
    O Chelsea CLARAMENTE, durante a prorrogação, fez de tudo para ir pros pênaltis, pois a pressão era toda alemã! Eles preferiram confiar nas mãos do Cech. Perfeita estratégia. Perfeita festa. Perfeito título.
    Up the Blues!!!

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