domingo, 31 de março de 2013

Crise de identidade

(Foto: Ruy Trindade / Ag. Estado)
"Quem sou eu? O que quero?"

Duas perguntas que o Flamengo deve se fazer dentro de campo. Fora dele, tudo está decidido. Dirigentes procurando agir, entre erros e acertos, como o tradicional clube rubro-negro merece. Pés no chão, salários em dia, sem loucuras financeiras para trazer jogadores, plano de sócio torcedor, algo que há muito não se via na Gávea. Tudo em prol da reconstrução total do clube, principalmente econômica.

O coirmão paulista pode ser um bom exemplo. O Corinthians se reergueu depois de uma rápida visita ao inferno. Hoje é espelho e modelo para os outros clubes. O Fla resolveu se mexer antes de chegar ao fundo do poço total. A caminhada é longa, muito longa, mas o clube sabe o que quer. Se reerguer. Se reiventar. Se reafirmar. 

Mas o discurso e as atitudes fora de campo não estão sintonizados com o time dentro dele.

Jorginho não define uma escalação. Ele chama de testes. Eu chamo de pressão. Entra em campo um time, perde, muda uma peça, ou mais de uma. Entra outro time, empata, nova mudança. Depois, outra, outra e mais outra. É a necessidade de provar que algo está sendo feito, que não há ninguém confortável com a situação. Mas se o técnico não sabe o que quer, imagine os jogadores...

Quem é titular? Quem é reserva? Por que substituir um jovem jogador aos 43 minutos do 1° tempo? A insegurança pede licença, começa a circular pelo elenco e isso obviamente também atrapalha. Fora a pressão da torcida que, apesar de saber as limitações do elenco, exige que ele jogue como o Flamengo merece. Nada mais natural.

Técnico e time precisam achar um caminho. Escolher um norte e segui-lo, assim como fez a diretoria. Podem errar e acertar, mas têm que saber o que querem e quem são. Quando os responsáveis pelo time dentro de campo tomarem uma decisão, aí a situação pode mudar.

Até lá,

"Quem sou eu? O que quero?"

Nem você sabe, Flamengo.

Um comentário:

  1. Quanto ao jogo contra o Audax, a única besteira que Jorginho fez foi tirar o Nixon aos 43 do 1º tempo. Teria que ter deixado pro intervalo.

    Não vejo motivo para desespero e críticas pesadas no momento. Não descobrimos nada de novo no último jogo. Tomo mundo já sabia que os zagueiros não são confiáveis, que Amaral é extremamente limitado, que Carlos Eduardo vai levar um bom tempo para recuperar sua melhor condição física. Todo mundo já sabia, antes do jogo, que dos jogadores mais ofensivos do elenco, apenas Hernane e Carlos Eduardo não são sub-23.

    O problema é a extrema falta de paciência de todo mundo no país quando o assunto é futebol. Não se constrói equipes de sucesso da noite pro dia. Não dá simplesmente para dispensar 15 jogadores e trazer quaisquer outros 15 na esperança de que sejam contratações certeiras. Não dá pra ficar avaliando trabalho do treinador a cada semana.

    Não vejo as mexidas no time como algo negativo. Rodar elenco é importante pra manter todo mundo com ritmo de jogo e sem contusões. Além de criar uma competição dentro do elenco por vagas no time. Não funcionou dessa vez, pois faz apenas 2 semanas que o Jorginho chegou. Ele aindá tá implementando o sistema de jogo e se familiarizando com os jogadores.

    Quanto a diretoria, a única coisa muito errada que fizeram até agora foi a demissão de Dorival. Era pra ter acontecido antes da pré-temporada.

    Os jogos restantes do carioca podem ser usados como os amistosos de pré-temporada que o Jorginho não teve. Espero que ele não se intimide e faça vários testes. Com algumas contratações, ele pode montar um time competitivo para vencer a Copa do Brasil e fazer uma campanha razoável (meio de tabela, sem sustos) no Brasileirão. O mais importante é usar 2013 para a construção de uma base sólida para o ano que vem.

    Abs.

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