(Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia) |
Ele chegou ao Flamengo aos nove anos de idade. Passou por todas as categorias de base do clube até se tornar profissional, em 2003. Em 2004, conquistou o primeiro título com a camisa do clube. Depois, saiu para o futebol europeu e retornou em 2007 para participar de uma das arrancadas mais impressionantes do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, fazia parte do grupo melancolicamente eliminado da Libertadores pelo América do México. Agora, aos 28 anos, ele voltou à Gávea para jogar no clube que ama. Na entrevista abaixo, Ibson Barreto da Silva, o Ibson, fala das alegrias e tristezas no Flamengo, da passagem pelo futebol europeu, de jogar ao lado de Neymar e garante que o Flamengo não será rebaixado. Confira.
Futebol e Mau Humor: Você chegou ao Flamengo aos 9 anos, cresceu no clube, se profissionalizou, saiu e, hoje, está de volta. Como é a sua relação com o clube e com a torcida?
Ibson: Minha relação com o clube e com a torcida é ótima. O Flamengo é a minha casa, onde fui criado e cresci como homem e atleta. Para jogar aqui é preciso amar o clube e por isso que eu voltei.
FMH: Você teve uma passagem pelo futebol europeu atuando no Porto e no Spartak Moscou. Em ambos os clubes, retornou ao Brasil por empréstimo, uma vez para o Flamengo e, outra, para o Santos. O que faltou para você se firmar na Europa?
Ibson: Realizei o sonho de todo atleta que é atuar na Europa, fui bicampeão português, da taça e supercopa de Portugal. Infelizmente sofri duas lesões graves e nesse meio tempo houve uma troca no comando da equipe e acabei perdendo espaço. Na Rússia eu vivi dois anos incríveis e optei por voltar ao Brasil porque morávamos em um condomínio onde havia vários jogadores brasileiros e, aos poucos, eles foram retornando ao Brasil. Aí decidi que também era a hora de voltar.
FMH: Em 2007 você voltou, o Fábio Luciano foi contratado e o Flamengo deu aquela incrível arrancada no Brasileirão. Acha que ali foi a melhor fase da sua carreira?
Ibson: Acredito que sim. Foi um ano muito marcante onde puder reencontrar o meu melhor futebol após a primeira passagem no futebol europeu. O Flamengo estava nas últimas posições e conseguimos a classificação para a Libertadores e ainda conquistei o prêmio de melhor meia direita do Brasileirão.
FMH: Já em 2008, o Flamengo teve um capítulo triste em sua história. A derrota para o América do México pela Taça Libertadores. Quando acabou aquele jogo, como você se sentiu, qual foi a sua primeira reação?
Ibson: Parecia que estava vivendo um pesadelo, foi uma grande decepção, na verdade um vexame muito grande, comparado a perda do título da Copa do Brasil, em 2004. Acho que nos deixamos levar pelo clima de festa pelo título carioca e pela vitória no primeiro jogo fora de casa, entramos desligados e infelizmente fomos eliminados.
FMH: Dos títulos que você ganhou no Flamengo, qual foi o mais importante e por quê?
Ibson: Acho que o Carioca de 2004 foi o mais marcante. Como citado anteriormente, cheguei ao clube aos nove anos, minha infância e adolescência foram no clube, então este título coroou todo esforço, foi a realização de um sonho, meu primeiro título profissional.
FMH: Qual o jogo inesquecível da sua carreira?
Ibson: Foram vários jogos importantes, mas a estréia no profissional com vitória sobre o nosso maior rival (Vasco) foi muito marcante.
FMH : No Santos você atuou ao lado do Neymar e trabalhou com o Muricy. Como foi poder atuar com o melhor jogador do Brasil? E o Muricy, ele é realmente um técnico diferenciado?
Ibson: Construímos uma amizade muito boa, ele é um jogador fora de série, tranquilo e muito humilde. O Muricy é um grande treinador e os títulos conquistados nos últimos anos demonstram isso.
FMH: Agora você retornou ao Flamengo e o clube não passa por um bom momento, tanto dentro quanto fora dos campos. O que está faltando para o time encaixar uma série de vitórias e subir na tabela?
Ibson: Acho que não é o momento de procurar culpados, precisamos dividir as responsabilidades entre todos do elenco. O Flamengo está vivo, fizemos alguns bons jogos, porém pecamos por erros nossos. Estamos todos juntos, no mesmo barco e a tendência é conseguir emplacar uma sequência positiva para subir na tabela.
FMH: Você mesmo não vem em boa fase. O que está faltando para render aquilo que a torcida espera de você?
Ibson: Estava atuando fora de posição e isso me prejudicava. Consegui emplacar uma sequência boa de jogos e espero crescer ainda mais nessa reta final.
FMH : A possibilidade do rebaixamento está assustando os jogadores?
Ibson: É um momento delicado, uma possibilidade que assusta, mas o momento é de dar apoio a todos. A equipe já melhorou, já mudou de atitude e essa fase já está passando. O Flamengo não será rebaixado.
FMH: Deixe um recado para a torcida do Flamengo.
Ibson: Deixei o Santos para ajudar esse clube que está no coração de todos nós. O Flamengo sempre foi raça, vontade e coração na ponta da chuteira. Precisamos do apoio da nossa torcida para sair desse momento delicado.
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