É, Palmeiras, o que fizeram contigo...
Tantas e tantas glórias passadas, ídolos eternos, boas histórias para contar... e um presente de se envergonhar. Mas a culpa não é sua, Palestra, não. A culpa é deles. Senhores engravatados fingindo saberem de tudo quando não sabem de nada. E daqueles outros também, que usam suas cores e seu nome mas, na verdade, só querem balbúrdia e algazarra, brigas e violência, ameaças a dirigentes, jogadores e torcedores de verdade. Os culpados são todos eles, que não sabem te valorizar, não sabem cuidar, não sabem incentivar nem torcer, mas sabem destruir.
E como eles destruíram você, não é? O alviverde não é mais tão imponente assim e a torcida não canta nem vibra como antes. Você sabia o que vinha pela frente, como bem diz o hino, mas agora não sabe mais. Tudo é incerteza, como uma cortina de fumaça que chega trazendo com ela intermináveis interrogações. No fim das contas, quem sofre é você, quem paga é você... e os seus fiéis seguidores, amantes verdadeiros, que não pensariam duas vezes antes de gastar o último centavo do mês para lhe dar um buquê de rosas. Ah, os amantes à moda antiga. Se você só vivesse deles, Palmeiras, estaria em melhores mãos.
Mas não está. Hoje quem te conduz são interesseiros. Os senhores que nada entendem de amor, futebol e tradição, e também os machões, que sugam a sua alma, sua vida, em prol de camisas que carregam pouco Palestra e muitas manchas. E o que pode você fazer? Nada. Nada. Nada. Quando você depende de outros para evitar um vexame, quando depende de outros para evitar uma vergonha em sua história, esse é o sinal mais claro do poço de decadência que te colocaram. A situação chegou a tal ponto, que teve um tal de Clóvis Rossi dizendo que não te quer mais e que a culpa é sua. Que desfaçatez!
Mas não se preocupe, Palmeiras. Ainda há salvação, sempre há. Os bons, os verdadeiros, os heróis da sua história, que já foram tantos em várias épocas, chegarão de novo e te colocarão de volta no seu lugar. E não me refiro apenas ao primeiro escalão do futebol brasileiro. Me refiro também ao manejo, ao cavalheirismo, ao trato repleto de romantismo que os atuais responsáveis não sabem te dar. Os torcedores reais, aqueles que riem, pulam, cantam e comemoram as vitórias, que caem, choram, sofrem e sentem a derrota, te abraçarão. E vão exibir orgulhosos, seja hoje, amanhã ou depois, a sua camisa, sua verdadeira camisa, para mostrar ao mundo quem é o alviverde imponente.
Assim, Palmeiras, eles vão mostrar também
Quem é de fato o Campeão.