segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ronaldinho, Ronaldinho...

Ronaldinho é um jogador fora do comum. É craque. Bate na bola como poucos, serve os companheiros com perfeição, dribla em alta velocidade e com extrema habilidade, bate faltas com categoria, assina golaços na mesma quantidade que assina camisas de fãs, é um bom líder, exemplo para os mais jovens, o famoso jogador espetáculo. Campeão de Copa do Mundo aos 22 anos, Champions League, Campeonato Espanhol, ídolo por onde passou. É o "cara".

Aos 31 anos, eu poderia descrever Ronaldinho assim. Até gostaria. Mas não posso. Ronaldinho é o típico exemplo que foi, mas poderia ter sido muito mais. É aquele jogador que vai suscitar mil discussões e gerar mil opiniões diferentes. Onde ele mudou o rumo no meio do caminho? Por que não foi mais além? Por que não é o principal jogador da selelção, estando na idade mais madura para o futebol?

Ronaldinho se perdeu pelo caminho, cansou, não tem mais saco, não sei. Dizem, inclusive, que foi por causa da derrota na Copa de 2006 que ele entrou em depressão e perdeu a "alegria de jogar", como ele mesmo gosta de dizer. Então, por que não para? Por que continua exercendo uma atividade que não está mais a fim? Por que iludir milhões de torcedores (ou seriam bobos?), que ainda esperam ver o showman em ação?

Simplesmente porque tem otários que compram essa lorota. Porque tem dirigentes babões e amadores que pagam pelo passado do jogador e não pelo presente. Ronaldinho não merece o que ganha. Os zé manés da vez são os dirigentes do Flamengo. Mas poderiam ser os do Grêmio ou do Palmeiras, caso um dos dois clubes vencesse o leilão promovido por Assis na época em que o garotinho mimado, que custa 1,2 milhão por mês, resolveu que não era mais feliz na Italia.

Quando Flamengo e Traffic romperam o acordo de pagamento do jogador eu sentenciei. Era a melhor hora para o Flamengo se livrar de um peso que não poderia carregar. Patrícia Amorim bateu no peito e falou: "Eu pago". Agora, como era esperado, Patrícia Amorim não paga. Parece que os salários do "craque" estão quatro meses atrasados. Quantia equivalente a cinco milhões de reais. É direito de Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, reinvidicar os salários atrasados. Se entrar na justiça, também estará dentro de seu direito.

Quem está errado nessa história é o Flamengo. Um jogador que não dá lucros nem dentro nem fora de campo não pode ser tratado como Deus. A hierarquia no Flamengo é inversa. Ronaldinho manda, o resto obedece. Resultados pífíos também fazem parte dessa grande bola de neve. Ganhar um carioca invicto não é nada perto do que se esperava dela. Patricia Amorim, ao sustentar essa farsa que se passa por jogador, simplesmente mostra que usa a situação para poder dizer que "o melhor jogador do mundo" joga no Flamengo. Acreditando nessa balela, ou fingindo acreditar, a presidente levará o clube a mais um rombo estratosférico (um novo recorde, quem sabe?) em sua já combalida situação financeira. Podem anotar.

Parícia não comprou Ronaldinho. Patrícia comprou um sonho.

Ou acha que comprou. O pesadelo do Flamengo está só começando.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

A improvável final

A final dos sonhos da Champions League de dez entre dez torcedores era Real Madri x Barcelona. Cristiano Ronaldo x Messi. Madri x Catalunha. Mas os deuses do futebol entraram em ação novamente e alçaram aos holofotes os dois times considerados coadjuvantes nas semifinais: Bayern de Munique x Chelsea.

Jogadores do Bayern correm para celebrar a classificação
Assim como o Barcelona, o Real Madri era favorito, até por ter feito um gol fora de casa. Mas, diferentemente do Barcelona, a eliminação da equipe de José Mourinho não causa tanto espanto. Dois simples fatores podem explicar por que a desclassificação do Real é mais aceitável. O Bayern possui um ótimo elenco e um excelente time. Neuer, Robben, Ribery, Schweinsteiger, Muller, Mario Gomez, Lahm, entre outros, são jogadores de grande destaque. E o Real Madri não joga como o Barcelona, ou seja, ele joga, mas o adversário também. O Bayern foi ao Santiago Bernabéu e conseguiu jogar. Marcou, atacou, defendeu, pressionou, fez o que deveria fazer. Nos penaltis, foi mais competente e se classificou. Agora, adquiriu o direito de jogar a final em casa, fato que não acontecia desde a temporada 84/85, quando a Roma disputou, e perdeu, o título contra o Liverpool dentro do Estádio Olímpico.

Na decisão, o Bayern entra como favorito. Não bastasse ter feito uma campanha mais consistente (o Chelsea quase foi eliminado nas quartas-de-final para o Napoli), jogará em seu estádio, com apoio irrestrito de sua torcida. Além disso, o clube londrino entrará esfacelado, com vários desfalques. Terry, Ivanovic, Raul Meireles e Ramires estão suspensos. Do lado do Bayern, os suspensos são Luiz Gustavo e Budstuber. O Bayern até pode ser considerado favorito, mas como o futebol não cansa de nos ensinar, é bom não desprezarmos o Chelsea.

Se o Bayern já disputou a final diversas vezes (se sagrando campeão em quatro oportunidades), o Chelsea chega apenas à sua segunda decisão. Se o Bayern é um giante europeu e mundial, repleto de tradição, o Chelsea pode ser considerado de médio porte, conseguindo relevância apenas nos últimos anos, quando o russo Romam Abramovich resolveu brincar de investir parte de sua fortuna no clube inglês, transformando o futebol moderno cada vez mais em um grande negócio. 

Se os torcedores sonhavam com uma final épica entre os dois maiores clubes do mundo, terão que se contentar com outra de menor porte.

Menos badalada e muito menos esperada.

Mas não menos merecida.

Que venha o dia 19 de maio.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ah, o futebol!

Futebol, futebol. Que esporte fantástico é o futebol.

Jogadores do Chelsea comemoram o gol que selou
a classificação do time londrino à final 
O Barcelona é o melhor time do mundo. Tem o jogador mais aclamado do momento, tornou a revolucionar o futebol, assim como a Seleção Brasileira de 1982. O Barcelona joga e não deixa jogar. Sem faltas, sem catimba, na bola. O Barcelona massacra, castiga, bota qualquer adversário na roda, inclusive o poderoso Real Madri. Posse de bola, passes envolventes, obediência tática e, sobretudo, muita eficiência ofensiva. Em alguns jogos, o Barceloa entra em campo sem zagueiros, com um lateral e um volante improvisados. Por quê? Porque ele sabe que é o dono do jogo, que a bola vai ser dele em 70, 80 porcento do tempo. O clube catalão entra sabendo o que vai fazer: vencer. Pode parecer chato, ao ponto de torcemos contra só para mudar a ordem natural das coisas, mas faz parte da beleza do esporte. Por justiça, o Barça deveria ganhar todos os seus jogos. Mas desde quando o futebol é justo?

Não é. Nunca foi. Nunca vai ser.

Para enfrentar o Barcelona, na minha opinião, você precisa seguir algumas regras básicas. Primeiro você assume que eles são superiores e simplesmente o seu time não pode tentar jogar de igual para igual. É suicídio. Depois, você entra pensando em uma maneira de tentar pará-los e não perder. Por último, e, nesse caso, só se você conseguir, deve procurar uma forma de tentar ganhar. Tentar jogar, tentar parar, tentar ganhar. Para os adversários a ordem é tentar. Para o Barcelona a ordem é fazer.

Aí vem o futebol e os mistérios que nem as certezas do Barcelona conseguem desvendar. Dizem que o futebol deve sempre premiar quem ataca. Será? A defesa também não faz parte do esporte? Defender com garra, eficiência, e até sorte, também não pode ser uma arte? E o contra-ataque mortal? Saber o exato momento, aquele pequeno instante, para dar o bote e ser fatal, também faz parte da beleza do futebol. 

O Barcelona não precisa provar mais nada. Ganhou seis títulos em um ano. Mudou a maneira com que o futebol atual é jogado. Todos querem ser o Barcelona. Os espanhóis já fizeram história. E vão cotinuar fazendo. Não se espantem se eles ganharem ano que vem, e no próximo, e no próximo.

Mas a classificação do Chelsea (um time que soube marcar, contra-atacar e teve sorte) nos mostra que o futebol é, e continuará sendo imprevisível. Eu apostava na classificação do Barcelona. Eu e o mundo. Todos quebramos a cara. A cada 100 jogos, o Barça vai entrar e destruir seu adversário em 98, 99. Essas duas partidas, talvez, tenham sido esses dois jogos em que o comum foi modificado. Dois jogos em que o dois mais dois não foi igual a quatro. Dessa vez, os deuses do futebol deixaram que outro clube escrevesse a história, que outro clube fosse protagonista. Dessa vez, a história é do Chelsea.

Amanhã, o Barcelona continuará atacando como forma de surpreender.

E o futebol continuará surpreendendo como forma de atacar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Reflexos de uma semifinal

Felipe corre para comemorar um dos gols que marcou no jogo
(Foto: Cleber Mendes)

Flamengo e Vasco fizeram um jogo bonito de se ver, indigno para esse medíocre Campeonato Carioca. Superior na maior parte do jogo, o Vasco mereceu a vitória por 3 a 2. A superioridade pode ser comprovada com as estatísticas. Aos 20 minutos, o Vasco havia finalizado 10 vezes e o Flamengo somente duas. Merecimento à parte, o juiz errou ao marcar penalti pro Vasco (que passou a semana reclamando da escalação de Marcelo de Lima Henrique) no início do segundo tempo . Durante a etapa complementar, o Flamengo ainda criou algumas oportunidades e o Vasco outras, mas nada que interferisse no resultado final.


O resumo do jogo é o que está no primeiro parágrafo. Mas vamos ao que interessa.

O Vasco é um time mais conciso, preparado, com padrão tático definido. Felipe rege o meio-campo como o maestro que é. Diego Souza é um grande incômodo quando quer jogar. E Éder Luís, quando está em um bom dia, inferniza a defesa adversária, o que aconteceu durante o jogo todo. Rômulo realmente faz diferença na cabeça de área. Alecssandro não fez um bom jogo, mas nunca se pode desprezar o artilheiro do campeonato. Os problemas do Vasco se resumem ao sistema defensivo. Sem Dedé, qualquer que seja a dupla de zaga, a defesa fica tão comum e ruim como a maior parte das que tem por aí. Se Fágner é um bom lateral, Thiago Feltri não passa de razoável. Fernando Prass é um goleiro comum, que comete erros com certa frequencia, como no gol de Kléberson. Além disso, os jogadores cruzmaltinos respeitam a instituição, agem como profissionais, e isso reflete dentro de campo.

O Flamengo, ao contrário do que diz Ronaldinho Gaúcho, não é mais Flamengo. O time e o clube são bagunçados, sem comando dentro e fora de campo. Não consegue mais vencer jogos decisivos pelo simples fato de ter um líder sem personalidade, que joga com o nome e com o passado. Patrícia Amorim lidera com rédeas curtas fora de campo e Ronaldinho não lidera dentro das quatro linhas. Joel não consegue acertar a defesa, que segue passando sufoco nas bolas aéreas. Gonzáles é bom zagueiro, mas com a precária proteção dos volantes e um parceiro que não ajuda (seja ele Wellinton ou David Braz), está ficando perdido. Junior César está muito mal do lado esquerdo. Não acerta na frente nem atrás. Felipe é bom goleiro, mas Paulo Victor é melhor. Não é de hoje que o arqueiro flamenguista rebate bolas e mais bolas nos pés dos adversários. Ronaldinho só aparece, geralmente para irritar a torcida, prendendo a bola em demasia e reclamando de faltas que não acontecem. No jogo de ontem, cinco contra-ataques vascaínos começaram em bolas perdidas pelo camisa 10 rubro-negro. Bonito mesmo o time faz nas noitadas. Notícias e mais notícias dão conta do desempenho impecável de Ronaldinho e sua trupe nas noites cariocas, seja em casas noturnas, seja na casa do "craque". 

O Vasco, agora, encara o Botafogo na final da Taça Rio. Chega muito forte e, pelo futebol apresentado, com certo favoritismo. Se vencer, garante o direito de enfrentar o Fluminense na final do Estadual e quebrar um jejum de oito anos sem o título da competição.

Ao Flamengo, resta aproveitar as férias forçadas e acertar o time, inclusive com contratações. Joel agora terá tempo, e não poderá usar isso como desculpa depois. Mas que o clube da Gávea abra o olho e saiba, realmente, aproveitar o tempo que tem. Senão, o ano periga seguir tenebroso para a torcida rubro-negra.

domingo, 22 de abril de 2012

O recado de Rashad Evans


O UFC 145, realizado na noite de sábado, 21, teve boas lutas no card principal. O principal combate, claro, envolveu a disputa do cinturão dos meio-pesados entre Jon Jones e Rashad Evans.


Como se esperava, Jones tomou a iniciativa na luta, controlando o centro do octógono, mantendo Evans girando pela gaiola. Apesar disso, o desafiante conseguiu acertar um bom chute e um soco, que assustaram o atual campeão. Se pegassem em cheio, talvez fizessem Jones sentir e cambalear. Em seguida, foi a vez de Jones acertar o rival e a luta se manteve equilibrada.

A partir do segundo round o panorama mudou. Jones queria resolver logo a parada e tratou de ir para cima. Rashad se defendia bem, mas não conseguia contra-atacar. Para furar o bloqueio, Jon Jones começou a mostrar todo o seu arsenal de golpes. Cotoveladas, socos, chutes altos, joelhadas. Rashad Evans sentiu, mas não desistiu. Acertou alguns golpes, mas nada que abalasse o adversário. 

Jon Jones é um excelente lutador. Defende muito bem e ataca da mesma forma. Vencê-lo parece ser uma tarefa árdua, quase hercúlea. Geralmente, massacra os seus adversários, como bem sabem os brasileiros Mauricio Shogun e Lyoto Machida. Mas Rashad deixou um claro recado ao aguentar os cinco rounds e perder somente na decisão unânime dos juízes.

Vencer Jon Jones é difícil, mas não é impossível.

sábado, 21 de abril de 2012

Tabelinha - 01


Diferentemente do que foi dito inicialmente neste blog, a Tabelinha vai ser postada sempre que houver assuntos para fazê-la. Uma coluna rápida, dinâmica, criada para comentar vários temas de forma objetiva e direta.

Campeonato Alemão
O Borrusia Dortmund sagrou-se bicampeão alemão hoje. O time aurinegro, jogando em casa, venceu o Borussia Monchengladbach por 2 a 0. Com o resultado, a equipe não pode mais ser alcançada pelo Bayern de Munique e mata o campeonato com duas rodadas de antecedência, exatamente como fez na temporada passada.

Champions League
Foi só este blogueiro fazer um texto enaltecendo Messi e Cristiano Ronaldo, que ambos deixaram a desejar nas partidas de terça e quarta. Enquanto o Real Madri perdeu para o Bayern de Munique por 2 a 1, o Barcelona foi derrotado para o Chelsea por 1 a 0. Lembrando que os clubes espanhóis jogaram fora de casa.

Crise
Apesar da classificação para as semifinais do Campeonato Carioca, o elenco do Flamengo e o técnico Joel Santana continuam sob observação. A presidente Patricia Amorim deixou a situação bem clara em declarações recentes. Principalmente a do técnico. Ou é campeão, ou rua. Só fica uma dúvida à mandatária: perder o Carioquinha é demissão, mas vexame na principal competição do ano pode?

Crise 2
Quem me conhece sabe. Sempre falei que o Flamengo deveria aproveitar o imbróglio com a Traffic para se livrar de Ronaldinho Gaúcho. O motivo? Já sabia que, hora ou outra, o salário atrasaria e Assis, que gosta pouco de dinheiro, já causaria alvoroço. Ronaldinho está com o 13° e o salário de março atrasados. A dívida soma 2,5 milhões.  É lógico que o clube tem obrigação de pagar, mas, como eu sempre disse, o Flamengo estava arrumando sarna para se coçar. Está aí, Patricia Amorim, a senhora conseguiu.

Contratação
O Vasco apresentou, na manhã de sábado, o possante Pipico. Apesar do nome ser ridículo, o atacante mostrou qualidade atuando por Bangu e Macaé. Empolgado, o jogador afirmou na primeira entrevista concedida que espera ser relacionado para a segunda fase da Taça Libertadores. Pode ser uma boa opção para compor elenco e atuar no Campeonato Brasileiro. Dará certo? Só o tempo dirá.

Estaduais
Fim de semana de muito futebol. Semifinais no Carioca, Mineiro e Gaúcho, e quartas-de-final no Paulista. Campeonatos esvaziados, que não consagram ninguém, mas crucificam, principalmente técnicos. Pelo menos agora está “valendo” alguma coisa.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Bangu x Botafogo


Bangu e Botafogo decidem no sábado o primeiro finalista da Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca. Grande contra pequeno, vamos à análise das equipes.

Botafogo – O time de Oswaldo de Oliveira enfrenta o mesmo mal que o Flamengo de Luxemburgo: a falsa invencibilidade. Se ainda não perdeu, também não convenceu. Loco Abreu passa por péssima fase técnica. Elkeson e Maicossuel – que voltou de lesão contra o Guarani, quarta-feira, pela Copa do Brasil – também não atravessam grande fase. Jóbson ainda não se firmou e Herrera continua perdendo um caminhão de gols. Não bastasse tudo isso, a equipe apresenta um jogo sem qualquer padrão tático. Contra o Guarani, o festival de chutões dos zagueiros e do goleiro Jéfferson, e o infinito número de cruzamentos na área comprova o pobre futebol apresentado pelo alvinegro. O que fica de positivo é o futebol apresentado por Andrezinho e Fellype Gabriel (quem apostava nessa dupla?), e o crescimento de Márcio Azevedo, que pode ser boa arma pelo lado esquerdo.

A equipe deve ser a mesma que iniciou o jogo na quarta-feira. Com exceção de Herrera, que sentiu uma lesão e será substituído por Loco Abreu.

Bangu – O que vier é lucro. Ninguém deu essa declaração, são palavras minhas. Mas podem apostar que é nesse tom que a torcida do Bangu encara o jogo contra o Botafogo. O time comandado por Cleimar Rocha é a grande surpresa das semifinais. Do provável rebaixamento para a segunda divisão à euforia de poder disputar a final do Estadual. O alvirrubro joga como franco atirador e pode surpreender. Almir, aquele mesmo, que passou pelo Botafogo, é o líder da equipe. Dúvida para a partida, o jogador sente dores na perna direita e não participou do animado treino desta sexta-feira. Segundo o gerente de futebol, José Reis, Almir joga.

Curiosidade: a torcida banguense vai ter um trem próprio para levar os torcedores ao Engenhão.


Palpite: Botafogo passa, mas com dificuldade.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dois retornos, duas histórias

O futebol sempre nos reserva boas histórias. Daquelas que emocionam. E a emoção, como sabemos, pode ter dois lados. Pode causar alegria e tristeza, raiva, ódio, orgulho, felicidade, e tantos outros sentimentos contrários entre si. Dois jogadores retornaram aos gramados recentemente de forma totalmente diferentes. Uma palavra, duas histórias.

Carlos Alberto surgiu no Fluminense como um jovem promissor. Atuou em 2002 e 2003 pelo tricolor carioca, e logo foi vendido para um clube europeu, o Porto. Treinado por ninguém menos que José Mourinho, foi campeão da Champions League, competição na qual detém o recorde de jogador mais jovem a marcar o gol em uma final, e do Mundial de Clubes, ambos em 2004. Voltou para o Brasil e foi campeão por Corinthians e Fluminense. Depois disso, passou por Werder Bremem, São Paulo, Botafogo. Em todos os clubes, parou de colecionar títulos e começou a colecionar problemas. Em 2009, foi emprestado ao Vasco e ajudou o time na vitoriosa campanha da Série B. No ano seguinte, tornou a arrancar problemas, dessa vez com o presidente do clube, Robeto Dinamite. Resultado? Empréstimos para Grêmio e Bahia, clubes pelos quais pouco jogou. No último fim de semana, o meio-campista reestreiou pelo clube cruzmaltino, entrando no segundo tempo do jogo contra o Nova Iguaçu.


Salvador Cabañas é paraguaio. Artilheiro por onde passou, sempre preservou boa relação com os clubes e foi ídolo das torcidas. Se tornou conhecido dos brasileiros em 2008, ano em que marcou dois gols na vitória do América do México sobre o Flamengo por 3 a 0, em pleno Maracanã. O fatídico e histórico jogo alçou Cabañas a condição de vilão para os rubro-negros e herói para as torcidas rivais. No mesmo ano, também marcou um gol na Seleção Brasileira pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Dois anos depois, sua vida mudaria completamente. Em 2010, o atacante levou um tiro na cabeça e ficou à beira da morte. Após algumas cirurgias, conseguiu sobreviver, apesar de continuar com a bala alojada no local. Com muito tratamento, esforço e dedicação, Cabañas retornou aos gramados no último dia 14 de abril, após 810 dias afastado dos campos.

E onde essas histórias se cruzam? Na fina ironia do destino. 


Carlos Alberto é um jogador fora de série, craque mesmo, com "c" maiúsculo. Poderia e deveria dar mais valor à sua carreira, conquistar mais títulos, jogar nos maiores clubes do mundo e na Seleção Brasileira. Poderia, se quisesse. Mas Carlos Alberto não quer. O talento que ele tem nos pés é inversamente proporcional ao juízo que tem em sua cabeça. Por onde passa, faz questão de falar que amadureceu e, meses depois, prova que tudo não passa de bravata. Um jogador que poderia ter um futuro brilhante, mas que está atrelado ao passado problemático.

Salvador Cabañas é um ótimo jogador. Por motivos que não conheço, não defendeu clubes europeus e, provavelmente, nem defenderia. Poderia e deveria ter conquistado mais. Poderia, se não levasse um tiro. Diferentemente de Carlos Alberto, Cabañas mostra, a cada dia mais, o valor que dá à sua carreira e o amor que tem pelo futebol. Merece voltar aos campos e jogar como nos velhos tempos, dando alegrias à qualquer torcida que seja.

Mas o destino é assim. Tira de quem quer, e entrega para quem não merece.

Cabañas, hoje, batalha por novas oportunidades. Carlos Alberto as recebe sem esforço algum.

Cabañas é um jogador que não tem nada, e se esforça para ter tudo.
Carlos Alberto é um jogador que tem tudo, e se esforça para não ter nada.

O destino é mesmo cruel.

domingo, 15 de abril de 2012

Agora é para valer

Chegamos à fase final da Taça Rio, o 2° turno do Campeonato Carioca. O momento que realmente passa a importar no campeonato. Clássicos, mata-mata, chance de emoção. Sem muito blá blá blá, vamos direto ao que interessa.

Grupo A - Flamengo e Botafogo confirmaram as expectativas e se classificaram. Com a melhor campanha do turno (7 vitórias e 1 derrota), o Flamengo terminou na liderança da chave, seguido pelo alvinegro.. 

A última rodada valeu somente para confirmar a primeira posição. Em um jogo morno, o rubro-negro superou o rebaixado Americano por 3 a 1, com dois gols de Deivid e um de Kléberson. Como de costume, a defesa rubro-negra deu alguns sustos em seus torcedores.

O Botafogo enfrentou o Boavista e não saiu do empate. O placar de 1 a 1 (gols de Caio e Lenny - eternas promessas) poderia ter sido diferente. Loco Abreu, que completava seu 100° jogo com a camisa do Glorioso, perdeu seu quinto penalti nos últimos seis batidos. Uma curiosidade: o atacante pediu para ser homenageado somente no 113°, fazendo clara referência à sua ligação com o número 13.

Grupo B - A surpresa ficou por conta do Bangu. O time do subúrbio carioca não marcou nenhum ponto na Taça Guanabara e brigava para não ser rebaixado. Na Taça Rio, fez a melhor camapnha da chave e terminou na liderança. 

Na última rodada, massacrou o Resende por incontestáveis 3 a 0. Chegando como surpresa, sem  pressão e sem obrigação, o clube pode abiscoitar uma vaga na final.

Com a presença do Bangu, a disputa pelo segundo lugar coube aos dois grandes do grupo, Vasco e Fluminense. Melhor para a equipe da Colina. Na última rodada, bastou uma vitória sobre o Nova Iguaçu (3 a 1) para confirmar a classificação.

A semifinal ficou decidida da seguinte forma:

Flamengo x Vasco, domingo, 16h.
Bangu x Botafogo, sábado, 18h30.

Ambos os jogos serão realizados no Engenhão.

A lamentar, mais uma vez, os pequenos públicos que os jogos estão tendo. Retrato de um campeonato inchado, com times de qualidade duvidosa, e pouco atrativo.

No jogo Flamengo x Americano pouco mais de 4 mil presentes (público pagante de 2.300).
Botafogo x Boavista, em São Januário alcançou incríveis 1500 presentes (700 pagantes).

Durante a semana teremos análise de ambos os jogos.

Gênio x Gênio

Você vai jogar uma pelada com os seus amigos e ganha o par ou ímpar. Na hora da escolha, tem duas opções: Messi ou Cristiano Ronaldo. Quem você escolheria?

A comparação entre os dois maiores jogadores da atualidade virou constante e inevitável. Ambos jogam nos dois melhores times do mundo (Barcelona e Real Madrid), participam das mesmas competições e são os líderes de suas equipes.

Messi é driblador sem deixar de ser objetivo. Sempre procura o lance vertical, em busca do gol. Rápido, inteligente, imprevisível e muito habilidoso. Além disso, um finalizador nato. De dentro ou fora da área, de perna direito ou esquerda. Já viu alguém fazer tantos gols de cobertura com tanta facilidade? Duvido. O defeito? Se é que possamos chamar assim, ele tem dois. Não bate faltas e cabeceia tão bem como realiza os outros fundamentos. Os argumentos contra Messi são bem conhecidos. Não joga bem na seleção argentina, e isso serve para mostrar que ele só é o que é por causa do espetacular time do Barça, onde tem a companhia de Iniesta, Xavi, Fábregas, entre outros.

Não sou favorável a essas explicações. No clube ele vive o dia a dia, treina, convive, joga. Na seleção, é chegar e jogar, e isso faz muita diferença. O Neymar é tão espetacular na seleção quanto é no Santos? Não. Disso nenhum brasileiro se lembra na hora de criticar o craque argentino. Em relação ao Barça, por que não pensar que ele, além da nova filosofia estabelecida pelo clube e por Guardiola, é quem faz os outros jogadores crescerem e não o inverso? Afinal, Xavi e Iniesta jogaram com Ronaldinho no auge da carreira e não eram tão badalados à época. Messi é espetacular, um monstro. É claro que o momento barcelonista ajuda, mas não é o fator preponderante. Esse fator é o próprio Messi.

Cristiano Ronaldo tem a fama de marketeiro. Atrai os holofotes tanto dentro quanto fora de campo. Mas falar que o futebol do português é marketing, só pode ser piada. Tão espetacular quanto Messi, mais espetaculoso. CR7 chama atenção. Faz caretas, olha para a câmera, desfila com roupas extravagantes, namora uma modelo, e sempre aparece com algum possante de dar inveja a todos nós. Dentro de campo é completo. Dribla, passa, corre, bate faltas e penaltis, cabeceia, conclui, tudo com a mesma maestria. Ouso dizer que Cristiano é mais completo que Messi.

Vale lembrar que o portugês, diferentemente do argentino, começou a carreira em um clube infinitamente menor que o Barcelona. Antes de se transferir para o Manchester United, Cristiano jogava pelo Sporting, de Portugal. E lógico que isso fez diferença na hora do seu desenvolvimento como jogador. Mas, aos 27 anos, não deve mais nada a ninguém. Muito pelo contrário.

A impressão que tenho, é que há uma pequena diferença de tratamento por parte da própria mídia. Quando Messi faz, é sempre grandioso, imenso, de outro planeta. Quando Cristiano faz, parece que outros jogadores também fariam. Não é bem assim. 48 jogos e 54 gols na temporada mostram a eficiência e o futebol assustador que joga o craque do Real Madrid.

No fim, acho que o fato do Barcelona ganhar mais títulos na atualidade e ser o maior clube do mundo, é o que faz a diferença. Se este clube fosse o Real Madrid, talvez Cristiano estivesse no lugar de Messi. Muitos vão discordar, muitos vão concordar. Na hora de falar de gênios, as opiniões ficam mesmo divididas.

Há quem diga que Messi é de outro planeta. Então, se eu ganho no par ou ímpar, escolho Cristiano Ronaldo.

Afinal, jogamos bola no planeta Terra mesmo.

Um novo começo

A única coisa mais difícil do que começar um blog é conseguir mantê-lo. Já tive um com dois amigos, já comecei um sozinho (que incrivelmente nunca postei), e agora venho para essa nova empreitada. Meu intuito é falar do futebol de uma forma geral. Jogos, assuntos polêmicos, notícias que saem na grande rede, enfim, um apanhado de tudo que envolve o mundo futebolístico.


Claro que o futebol do Rio terá mais destaque, visto que assisto mais aos times daqui do que de outros estados. Também olharei com atenção para o futebol mundial e os campeonatos que envolvam seleções, lógico. 


Teremos outros esportes sendo debatidos aqui? Muito provavelmente sim, mas com uma freqüência infinitamente menor. Trataremos de assuntos que fujam à esfera esportiva? Também sim, mas com menor volume ainda. 


A idéia é fazer deste blog um espaço mais aberto às minhas opiniões, com maior periodicidade. Não terei dias da semana fixos para postar. Excetuando-se a quinta-feira, dia em que farei a Tabelinha, uma coluna com notas rápidas sobre variados assuntos.


No mais, espero que todos gostem, visitem sempre, critiquem, elogiem e teçam comentários para que o debate seja estabelecido. 
Apesar do sempre presente mau humor, é hora de se divertir.


Sejam bem-vindos.

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