Ronaldinho é um jogador fora do comum. É craque. Bate na bola como poucos, serve os companheiros com perfeição, dribla em alta velocidade e com extrema habilidade, bate faltas com categoria, assina golaços na mesma quantidade que assina camisas de fãs, é um bom líder, exemplo para os mais jovens, o famoso jogador espetáculo. Campeão de Copa do Mundo aos 22 anos, Champions League, Campeonato Espanhol, ídolo por onde passou. É o "cara".
Aos 31 anos, eu poderia descrever Ronaldinho assim. Até gostaria. Mas não posso. Ronaldinho é o típico exemplo que foi, mas poderia ter sido muito mais. É aquele jogador que vai suscitar mil discussões e gerar mil opiniões diferentes. Onde ele mudou o rumo no meio do caminho? Por que não foi mais além? Por que não é o principal jogador da selelção, estando na idade mais madura para o futebol?
Ronaldinho se perdeu pelo caminho, cansou, não tem mais saco, não sei. Dizem, inclusive, que foi por causa da derrota na Copa de 2006 que ele entrou em depressão e perdeu a "alegria de jogar", como ele mesmo gosta de dizer. Então, por que não para? Por que continua exercendo uma atividade que não está mais a fim? Por que iludir milhões de torcedores (ou seriam bobos?), que ainda esperam ver o showman em ação?
Simplesmente porque tem otários que compram essa lorota. Porque tem dirigentes babões e amadores que pagam pelo passado do jogador e não pelo presente. Ronaldinho não merece o que ganha. Os zé manés da vez são os dirigentes do Flamengo. Mas poderiam ser os do Grêmio ou do Palmeiras, caso um dos dois clubes vencesse o leilão promovido por Assis na época em que o garotinho mimado, que custa 1,2 milhão por mês, resolveu que não era mais feliz na Italia.
Quando Flamengo e Traffic romperam o acordo de pagamento do jogador eu sentenciei. Era a melhor hora para o Flamengo se livrar de um peso que não poderia carregar. Patrícia Amorim bateu no peito e falou: "Eu pago". Agora, como era esperado, Patrícia Amorim não paga. Parece que os salários do "craque" estão quatro meses atrasados. Quantia equivalente a cinco milhões de reais. É direito de Assis, irmão e empresário de Ronaldinho, reinvidicar os salários atrasados. Se entrar na justiça, também estará dentro de seu direito.
Quem está errado nessa história é o Flamengo. Um jogador que não dá lucros nem dentro nem fora de campo não pode ser tratado como Deus. A hierarquia no Flamengo é inversa. Ronaldinho manda, o resto obedece. Resultados pífíos também fazem parte dessa grande bola de neve. Ganhar um carioca invicto não é nada perto do que se esperava dela. Patricia Amorim, ao sustentar essa farsa que se passa por jogador, simplesmente mostra que usa a situação para poder dizer que "o melhor jogador do mundo" joga no Flamengo. Acreditando nessa balela, ou fingindo acreditar, a presidente levará o clube a mais um rombo estratosférico (um novo recorde, quem sabe?) em sua já combalida situação financeira. Podem anotar.
Parícia não comprou Ronaldinho. Patrícia comprou um sonho.
Ou acha que comprou. O pesadelo do Flamengo está só começando.